Boletim da IACM de 23. Agosto 2012
- Ciência/Humanos: Segundo um estudo clínico, um endocannabinoide por via oral é eficaz contra a dor crónica.
- Not�cias
- Relembrando o passado
Ciência/Humanos: Segundo um estudo clínico, um endocannabinoide por via oral é eficaz contra a dor crónica.
A ingestão oral de um endocannabinoide diminuiu a dor em 610 doentes que não conseguiam controlar de forma efectiva a dor crónica com medicação convencional. Este é o resultado de um estudo observacional feito na Universidade "Tor Vergata" de Roma, Itália. Foram administradas 600 mg do endocannabinoide PEA (palmitoiletanolamida) duas vezes por dia durante 3 semanas, seguindo depois uma dose única diária durante 4 semanas, para além da terapêutica estandar com analgésicos ou com medicação única.
A terapêutica com PEA diminuiu de maneira significativa a intensidade da escala media avaliada da dor em todos os doentes que acabaram o estudo. O efeito analgésico induzido pelo PEA foi independente da patologia associada e também foi observado nos doentes sem terapêutica com analgésicos. É importante ressaltar que o PEA não demonstrou efeitos secundários. Os autores concluíram: "Neste estúdio, o PEA foi eficaz e seguro no tratamento da dor crónica em diferentes patologias"
Not�cias
Ciência/Humanos: Existem níveis mais elevados de endocannabinoide na saliva das pessoas com excesso de peso.
Em comparação com 12 sujeitos com peso normal, 12 com excesso de peso e resistência á insulina tinham níveis mais altos de endocannabinoides na saliva. As concentrações na saliva de anandamida (AEA) e oleoiletanolamida (OEA) antes de comer (em jejum) estavam em relação directa com o Índice de Massa Corporal (IMC), o perímetro da cintura e a insulina em jejum. A perda de peso corporal por volta de 5 por cento em 12 semanas reduziu de maneira significativa os níveis de anandamida na saliva.
INSERM, Burdeos, Francia.
Matias I, et al. PLoS One, 2012;7(7):e42399.
Ciência/Animais: O CBD reduz a sensação de bem-estar associada ao consumo de morfina
Num estudo feito em ratazanas o CBD (cannabidiol) inibiu o efeito de recompensa da morfina, efeito que causa a sensação de bem-estar associada ao consumo de drogas. Estes efeitos foram mediados pela activação dos receptores 5-HT1A em certas regiões do cérebro (rafe dorsal). Os cientistas concluem afirmando que “o cannabidiol pode ser clinicamente útil para atenuar os efeitos de recompensa dos opiáceos”
Departamento de Psicología, Facultad de Ciencias Sociais da Universidade de Creta, Grecia.
Katsidoni V, et al. Addict Biol. 2012 Aug 2. [na imprensa]
Ciência/Animais: Os endocannabinoides reduzem o dano cerebral provocado pela diminuição do fluxo sanguíneo durante o parto.
Os endocannabinoides 2-AG (araquidonilglicerol) y AEA (anandamida) diminuíram o dano cerebral provocado pela redução do aporte sanguíneo e de oxigénio no cérebro nas ratas de 7 dias de idade. Os endocannabinoides foram administrados depois de produzir uma redução de subministro de sangue e oxigénio durante 2 horas. Os animais em tratamento apresentaram uma menor morte de células nervosas.
Facultad de Medicina y Odontología de la Universidad del País Vasco, Vizcaya, España.
Lara-Celador I, et al. Brain Res. 2012 Jul 26. [na imprensa]
Ciência/Animais: Efeito anti-inflamatório do CBD na pancreatite aguda
O CBD (cannabidiol) e o cannabinoide sintético S-1602, os quais acoplam-se ao receptor GPR55, reduziram a inflamação na pancreatite aguda nos ratos. Foram reduzidas as concentrações de substâncias pró-inflamatorias (interleuquina-6, factor de necrose tumoral alfa).
Instituto de Doenças Digestivas, Departamento de Fisiopatología, Faculdade de Medicina de Tongji, Shanghai, China.
Li K, et al. Pancreas. 2012 Jul 30. [na imprensa]
Ciência/Animais: O agonismo inverso sobre receptores periféricos CB1 reduz a obesidade
Um agonista inverso sobre os receptores periféricos CB1 reduziu o apetite, o peso corporal e a resistência á insulina nos ratos. Este efeito está mediado pela restauração da função normal da leptina, uma hormona secretada pelas células graxas e que reduz o apetite.
Instituto Nacional de Abuso de Álcool e Alcoolismo, Institutos Nacionais de Saúde, Bethesda, EE.UU.
Tam J, et al. Cell Metab. 2012 Jul 25. [na imprensa]
Ciência/Humanos: O elevado consumo de cannabis nos adolescentes influencia na função cerebral
Houve diferenças na actividade de certas regiões do cérebro entre os 24 grandes consumidores de cannabis e os 24 não consumidores, com 18 anos de idade media. Os investigadores concluem afirmando que “o consumo de marijuana pode afectar o cérebro em desenvolvimento.
Instituto do Cérebro da Universidade de Utah, Salt Lake City, EE.UU.
Lopez-Larson MP, et al. Psychiatry Res. 2012 Jul 24. [na imprensa]
Ciência/Humanos: As análises de urina de THC nos recém-nascidos não são fiáveis
Numa ampla amostra de teste de urina para o THC em recém-nascidos quase a metade dos resultados (47 por cento) não foram confirmados nas posteriores provas específicas. A percentagem que corresponde aos adultos foi de 0,8 por cento. Isto significa que a urina de um recém-nascido que fosse positiva para o THC numa prova de detecção, muitas das vezes não contem qualquer THC. A causa não está esclarecida.
Departamento de Patología da Universidade de Utah School of Medicine, Salt Lake City, EE.UU.
Barakauskas VE, et al. Clin Chem. 2012 Jul 24. [na imprensa]
Ciência/Humanos: O consumo de cannabis aumenta a inibição da atenção
Um grupo de 25 consumidores habituais de cannabis mostraram uma maior inibição num exercício sobre inibição da atenção em comparação com 26 sujeitos controlo não consumidores. A teoria da inibição baseia-se no pressuposto de que, durante a realização de qualquer tarefa mental, o sujeito na realidade passa por uma serie de estados alternados de distracção (não laboral) e de atenção (de trabalho). Os autores declaram que "é necessária mais investigação para determinar se uma maior inibição representa uma vantagem ou desvantagem para a realização de procura visual de consumidores de cannabis"
Faculdade Internacional da Universidade de Sheffield, Universidade de Tesalónica, Grecia.
Vivas AB, et al. Hum Psychopharmacol. 2012 Aug 1. [na imprensa]
Relembrando o passado
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